" A incerteza de um amor
que mais me faz penar em esperar
em conduzir-te um dia
ao pé do altar
jurar, aos pés do onipotente
em preces comoventes de dor
e receber a unção de tua gratidão
depois de remir meus desejos
em nuvens de beijos
hei de envolver-te até meu padecer
de todo fenecer
E o que passou, calou
e o que virá, dirá
e só ao seu lado, seu telhado
me faz feliz de novo
o tempo vai passar
e tudo vai entrar no jeito certo de nós dois
as coisas são assim
e se será, será
pra ser sincero, meu remédio é te amar, te amar
não pense, por favor
que eu não sei dizer
que é amor tudo que eu sinto longe de você
Deixa o coração
ter a mania de insistir em ser feliz
se o amor é o corte e a cicatriz
pra que tanto medo
se esse é o nosso jeito de culpar o desejo"
E eu pensava em passar pela vida com você...
sábado, maio 30
Resumindo a Ópera
Por que não me entrego?
Me renego.
Não é fácil deixar o chão que se pisa.
Sei que vou parar de te amar
Provavelmente quando eu deixar de respirar
"Eu devia te deixar
Mas vou continuar
Para castigar meu próprio coração"
E então,
pulei
E não mais voltei
Me renego.
Não é fácil deixar o chão que se pisa.
Sei que vou parar de te amar
Provavelmente quando eu deixar de respirar
"Eu devia te deixar
Mas vou continuar
Para castigar meu próprio coração"
E então,
pulei
E não mais voltei
terça-feira, maio 26
com a boca fácil no infinito, beije teu enorme lado tranquilo
- Ta tudo bem? - ele perguntou assustado. Seu olhar demonstrava preocupação com o outro olhar, perdido no mar.
Ela não respondeu, apenas balançou a cabeça, indicando que sim.
- O que aconteceu?
Ela abriu a boca, e tentou falar. A primeira letra saiu num sussurro, a segunda um pouco mais alta, a terceira já se compreendia.
- ntem, estava sem sono e resolvi sair da barraca para tomar um ar, ver a lua. Ela estava cheia, e o céu coberto de estrelas. O mar estava calmo e eu sentei na areia, esperando o sono vir. De repente, tudo ficou silencioso, não se ouvia mais as ondas do mar, nem os animais, eu só ouvia a grama atrás de mim, crescendo... O céu, então, ficou todo preto, as estrelas desapareceram e nem a lua iluminava mais o que antes era minha cantiga de ninar. Fiquei rodeada pelo escuro. Um sentimento de medo se apossou de mim, mas antes que conseguisse me dominar por inteira pontos luminosos passaram pelo céu. Milhares deles, cobriam o céu inteiro com sua luz esverdeada. Tudo em volta de mim ficou verde. A areia, o mar, a floresta, as cabanas, meus pés, o silêncio. Meus olhos não piscavam. Tentei gritar, chamar vocês, me mexer, mas nada consegui. Era um conjunto nunca antes visto por mim, e acho que por ninguém, de estrelas cadentes. Num segundo depois a lua voltou ao seu lugar e à sua devida cor. As estrelas também estavam lá, e o barulho do mar... Ouvi algo atrás de mim, e quando me virei, vi vindo em minha direção, uma pantera. Seu pelo preto brilhava à luz da lua, seus olhos refletiam todas as estrelas presentes no céu. Ela me olhava. Continuei sem conseguir me mexer. Ela veio até mim e sentou ao meu lado. Olhou para frente, para o mar. E fiz o mesmo. Ficamos assim, paralizadas, assistindo ao mar. Alguns minutos depois ela se levantou e foi embora. Eu não fiz nenhum desejo.
Ela não respondeu, apenas balançou a cabeça, indicando que sim.
- O que aconteceu?
Ela abriu a boca, e tentou falar. A primeira letra saiu num sussurro, a segunda um pouco mais alta, a terceira já se compreendia.
- ntem, estava sem sono e resolvi sair da barraca para tomar um ar, ver a lua. Ela estava cheia, e o céu coberto de estrelas. O mar estava calmo e eu sentei na areia, esperando o sono vir. De repente, tudo ficou silencioso, não se ouvia mais as ondas do mar, nem os animais, eu só ouvia a grama atrás de mim, crescendo... O céu, então, ficou todo preto, as estrelas desapareceram e nem a lua iluminava mais o que antes era minha cantiga de ninar. Fiquei rodeada pelo escuro. Um sentimento de medo se apossou de mim, mas antes que conseguisse me dominar por inteira pontos luminosos passaram pelo céu. Milhares deles, cobriam o céu inteiro com sua luz esverdeada. Tudo em volta de mim ficou verde. A areia, o mar, a floresta, as cabanas, meus pés, o silêncio. Meus olhos não piscavam. Tentei gritar, chamar vocês, me mexer, mas nada consegui. Era um conjunto nunca antes visto por mim, e acho que por ninguém, de estrelas cadentes. Num segundo depois a lua voltou ao seu lugar e à sua devida cor. As estrelas também estavam lá, e o barulho do mar... Ouvi algo atrás de mim, e quando me virei, vi vindo em minha direção, uma pantera. Seu pelo preto brilhava à luz da lua, seus olhos refletiam todas as estrelas presentes no céu. Ela me olhava. Continuei sem conseguir me mexer. Ela veio até mim e sentou ao meu lado. Olhou para frente, para o mar. E fiz o mesmo. Ficamos assim, paralizadas, assistindo ao mar. Alguns minutos depois ela se levantou e foi embora. Eu não fiz nenhum desejo.
segunda-feira, maio 25
que antes de te conhecer eu não cheguei a ser
Esse último fim de semana foi dos mais longos. Provavelmente o mais longo. Daqueles em que você acorda às 6 da manhã tendo ido dormir às 5. E você desperta ainda como foi dormir. Passar 72 horas fora de seu corpo, e ao mesmo tempo tão dentro, causa uma sensação de estranhesa perturbadora. Começo a não me reconhecer em meus próprios movimentos. Meu corpo já não me obedece e é quando meus lábios começam a ficar brancos, e a se afastar dos seus.
Sua presença nas primeiras 24 horas foram fundamentais para o desfecho das 48 seguidas. Me senti solta no mundo, e ao mesmo tempo tão presa. E ingênua, em me colocar em tal estado elevado de mim mesma. Ainda fora de mim, me olho no espelho. Meu pescoço guarda marcas da noite anterior e meus olhos continuam adormecidos. Meus pés dançam ao som de I'm Through With Love e tudo parece não estar em seu devido lugar.
Meu nariz com a mesma sensação de negligência. Meus pulmões mais envenenados. Meus neurônios mais destruídos. As sapatilhas não saíram de meus pés, pertencem a mim, fazem por mim o que não consigo sozinha fazer. Andar.
Definitivamente não pertenco mais àquela tribo. Não mais farei meus rituais ali. São todos iguais, todos iguais. Quero o novo. Não o de novo. Quero dançar com um outro par, pra variar. Quero outros dedos tocando meu piano. Meu plano de fundo continua o mesmo. Minha trilha sonora mais sofisticada.
Saí da barraca no meio da noite e me deparei com a lua, é lá onde quero estar, meu legado deixar. Você me mostrou, me deu essa deixa. Agora percebi. Era você, e sempre foi. Sumirá mais uma vez e deixará toda a responsabilidade e minhas mãos?, afinal é minha vida.
Você é apenas uma das cartas, o coringa. Às vezes desejado, outras nem tanto. Você aparece e movimenta ondas. Um novo estágio de mudança chega. Let's spend the night together, now I need you more then ever. Mas você não virá, você irá. E quando voltar, voltará para me mudar, mais uma vez. Parece que é uma peça solta, que falta para me fazer funcionar.
Nunca me senti tão sozinha quanto agora. Você me deixou claro o que devo fazer. O que já estou fazendo. Solidão, é a resposta. Como consegue? É dos seres mais solitários que já conheci. Me pergunto se tive alguma influência nisso. Só ao seu lado não me sinto só. Mas que grande ilusão, minha vida não é feita de seus abraços. Por isso você continua indo embora, para isso me mostrar.
Já vi, percebi, obrigada.
Agora volte, por favor.
Sua presença nas primeiras 24 horas foram fundamentais para o desfecho das 48 seguidas. Me senti solta no mundo, e ao mesmo tempo tão presa. E ingênua, em me colocar em tal estado elevado de mim mesma. Ainda fora de mim, me olho no espelho. Meu pescoço guarda marcas da noite anterior e meus olhos continuam adormecidos. Meus pés dançam ao som de I'm Through With Love e tudo parece não estar em seu devido lugar.
Meu nariz com a mesma sensação de negligência. Meus pulmões mais envenenados. Meus neurônios mais destruídos. As sapatilhas não saíram de meus pés, pertencem a mim, fazem por mim o que não consigo sozinha fazer. Andar.
Definitivamente não pertenco mais àquela tribo. Não mais farei meus rituais ali. São todos iguais, todos iguais. Quero o novo. Não o de novo. Quero dançar com um outro par, pra variar. Quero outros dedos tocando meu piano. Meu plano de fundo continua o mesmo. Minha trilha sonora mais sofisticada.
Saí da barraca no meio da noite e me deparei com a lua, é lá onde quero estar, meu legado deixar. Você me mostrou, me deu essa deixa. Agora percebi. Era você, e sempre foi. Sumirá mais uma vez e deixará toda a responsabilidade e minhas mãos?, afinal é minha vida.
Você é apenas uma das cartas, o coringa. Às vezes desejado, outras nem tanto. Você aparece e movimenta ondas. Um novo estágio de mudança chega. Let's spend the night together, now I need you more then ever. Mas você não virá, você irá. E quando voltar, voltará para me mudar, mais uma vez. Parece que é uma peça solta, que falta para me fazer funcionar.
Nunca me senti tão sozinha quanto agora. Você me deixou claro o que devo fazer. O que já estou fazendo. Solidão, é a resposta. Como consegue? É dos seres mais solitários que já conheci. Me pergunto se tive alguma influência nisso. Só ao seu lado não me sinto só. Mas que grande ilusão, minha vida não é feita de seus abraços. Por isso você continua indo embora, para isso me mostrar.
Já vi, percebi, obrigada.
Agora volte, por favor.
terça-feira, maio 19
A Lua
A lua estava alta no céu, iluminando todo o jardim que permanecia com suas luzes apagadas. Um farol de carro é visto e um Landau azul claro estaciona em frente a grande porta azul de madeira. Ele desce do carro, e o único ruído que é possível ser ouvido é de seu tênis arrastando na terra dura que pisa. Ele dá três batidas e passos são ouvidos. Uma alta mulher, loira, casa dos 40, abre a porta com uma vela na mão. Ao ver o rosto em sua frente, ele sorri. Ela se assusta, demonstra surpresa no olhar.
- Seus olhos ficam um azul claro lindo na luz da lua. - diz ele.
Ela começa a chorar e o abraça fervorosamente.
Os dois entram e se dirigem para a sala. O sofá vermelho continuava lá, e o chão continuava a não existir, forrado por tapetes orientais. Há velas espalhadas e pilhas de livros pelas paredes. E no centro, uma grande almofada branca com folhas escritas a mão e uma taça acompanhada de uma garrafa de vinho.
Eles se sentam, ela afasta as folhas. Ele pergunta:
- O que você estava escrevendo?
- Sobre você.
Ele não diz nada.
- Faz tempo que não publico nada. - ela completa.
- A casa não mudou.
- Eu sei que você gosta dela assim. Eu sabia que você ia voltar. Por que foi embora?
- O que aconteceu com Frida?
- Ah... ela ficou doente. Acho que sentiu muita falta sua. (Pausa) Por onde você andou?
- Você está sozinha aqui há quanto tempo?
Ela sorri.
- Seu cabelo está bonito assim, te deixa com cara de mais velho.
- Ah mãe. Não começa a falar sobre meu cabelo. Você sempre faz isso quando quer mudar de assunto. Me responde, há quanto tempo está sozinha?
- Você também está fugindo das minhas perguntas. E se você realmente se importasse com minha solidão não teria nem saído daqui.
- Como pode você me julgar?! Você fez o mesmo! E diz isso com todo o orgulho que há dentro de você!
- Eu já tinha 18 anos quando fiz minha viagem, você só tem 15!
- Se alguém tem culpa da minha prematura emancipação é você, que me educou nos moldes nada tradicionais.
Ela sorriu. Ele também.
- Vem cá, quero te ver mais de perto.
Ele se aproximou. Ficou de joelhos, assim como ela, apoiados na grande almofada.
- Seus olhos estão menos verdes... mais cinzas.- ela disse.
- Você tem mais rugas.
- Ah, é um horror envelhecer, não desejo o mesmo a você.
- Inevitável como a morte.
- Pode-se evitar com a morte.
- Morte como instrumento? A velhice não pode ser tão ruim...
- A velhice são os últimos passos para a morte, repleta de sofrimentos. Por que, então, trilhar esses passos?
- Você está mais linda do que nunca.
Ela sorri.
Num impulso, os dois se abraçam fortemente. Novas lágrimas surgem, dessa vez em ambos pares de olhos. O abraço está mais apertado, seus olhos se encontram, e nariz com nariz, se beijam. Um beijo longo, cheio de um ardor feroz. A mãe aperta o braço do filho, o filho desce a mão pelas costas da mãe. Ela o puxa para mais próximo. Ele denuncia um tesão nunca visto. Ela se sente igual.
"Com um movimento brusco, com fervor dócil, ela tira a camisola, mostrando uma frágil silhueta branca onde os espessos pelos negros se destacavam num triste abandono"
Ela o ajuda com o cinto, calça, tênis, blusa. Os dois estão nus. Assim como quando se viram pela primeira vez. O mesmo sentimento de prazer infinito.
Logo, seus corpos estão inseparáveis. Com fortes movimentos suas pintas dançam entre si. Nada é possível separar tamanha ligação.
O movimento contínuo toma outro ritmo, mais rápido, mais forte. Ela grita, ele também. Os seus gozos se encontram no meio do caminho. Seus corpos permanecem paralizados.
Para sempre.
- Seus olhos ficam um azul claro lindo na luz da lua. - diz ele.
Ela começa a chorar e o abraça fervorosamente.
Os dois entram e se dirigem para a sala. O sofá vermelho continuava lá, e o chão continuava a não existir, forrado por tapetes orientais. Há velas espalhadas e pilhas de livros pelas paredes. E no centro, uma grande almofada branca com folhas escritas a mão e uma taça acompanhada de uma garrafa de vinho.
Eles se sentam, ela afasta as folhas. Ele pergunta:
- O que você estava escrevendo?
- Sobre você.
Ele não diz nada.
- Faz tempo que não publico nada. - ela completa.
- A casa não mudou.
- Eu sei que você gosta dela assim. Eu sabia que você ia voltar. Por que foi embora?
- O que aconteceu com Frida?
- Ah... ela ficou doente. Acho que sentiu muita falta sua. (Pausa) Por onde você andou?
- Você está sozinha aqui há quanto tempo?
Ela sorri.
- Seu cabelo está bonito assim, te deixa com cara de mais velho.
- Ah mãe. Não começa a falar sobre meu cabelo. Você sempre faz isso quando quer mudar de assunto. Me responde, há quanto tempo está sozinha?
- Você também está fugindo das minhas perguntas. E se você realmente se importasse com minha solidão não teria nem saído daqui.
- Como pode você me julgar?! Você fez o mesmo! E diz isso com todo o orgulho que há dentro de você!
- Eu já tinha 18 anos quando fiz minha viagem, você só tem 15!
- Se alguém tem culpa da minha prematura emancipação é você, que me educou nos moldes nada tradicionais.
Ela sorriu. Ele também.
- Vem cá, quero te ver mais de perto.
Ele se aproximou. Ficou de joelhos, assim como ela, apoiados na grande almofada.
- Seus olhos estão menos verdes... mais cinzas.- ela disse.
- Você tem mais rugas.
- Ah, é um horror envelhecer, não desejo o mesmo a você.
- Inevitável como a morte.
- Pode-se evitar com a morte.
- Morte como instrumento? A velhice não pode ser tão ruim...
- A velhice são os últimos passos para a morte, repleta de sofrimentos. Por que, então, trilhar esses passos?
- Você está mais linda do que nunca.
Ela sorri.
Num impulso, os dois se abraçam fortemente. Novas lágrimas surgem, dessa vez em ambos pares de olhos. O abraço está mais apertado, seus olhos se encontram, e nariz com nariz, se beijam. Um beijo longo, cheio de um ardor feroz. A mãe aperta o braço do filho, o filho desce a mão pelas costas da mãe. Ela o puxa para mais próximo. Ele denuncia um tesão nunca visto. Ela se sente igual.
"Com um movimento brusco, com fervor dócil, ela tira a camisola, mostrando uma frágil silhueta branca onde os espessos pelos negros se destacavam num triste abandono"
Ela o ajuda com o cinto, calça, tênis, blusa. Os dois estão nus. Assim como quando se viram pela primeira vez. O mesmo sentimento de prazer infinito.
Logo, seus corpos estão inseparáveis. Com fortes movimentos suas pintas dançam entre si. Nada é possível separar tamanha ligação.
O movimento contínuo toma outro ritmo, mais rápido, mais forte. Ela grita, ele também. Os seus gozos se encontram no meio do caminho. Seus corpos permanecem paralizados.
Para sempre.
sábado, maio 16
A Incrível História do Menino que Engoliu Um Tênis
A criança comeu o tênis. A família não conseguia acreditar. A criança continuava arrotando chulé e a família não conseguia acreditar. Levaram a criança ao médico e ele não conseguia acreditar.
- Façamos um raio x, então! - propôs o médico que não conseguia acreditar.
Pimba! Sai no raio x um pequeno all star lá na barriga. Todos olham estupefatos. A criança arrota e todos saem da sala pelo mau cheiro.
- E agora, doutor? Como a gente faz? - pergunta a mãe com lágrimas nos olhos.
O doutor, pensativo, olha para o chão e depois para os olhos da mãe e diz:
- Vamos ter que abrir a barriga da criança.
- Mas ele só tem 4 anos!
- Receio não haver nada mais que possamos fazer, senhora. Não podemos esperar que ele defeque, pois o tênis é muito grande para... a senhora sabe. E todos esses arrotos são o organismo tentando expulsar o inquilino do corpo. Devemos operar senhora, nunca ouvi nada parecido antes.
A mãe estava arrasada. Não conseguia entender como aquilo acontecera, sempre fora uma mãe cuidadosa. Nunca deixou seu filho passar fome nem mastigar chicletes. Nunca deixou seu filho comer minhocas ou botar coisas do chão na boca. Nem nunca deu coca cola ou chocolate em demasia. E assim, sem mais nem menos, o garoto engolia um tênis?!
O médico, para agradar a mãe, resolveu fazer mais exames, mesmo que não necessário, para saber um pouco mais antes de operar.
As belas enfermeiras botaram a criança deitada na maca de ressonância magnética e a empurraram para a grande rosca, nos olhos da criança, que na verdade era um grande ímã que tiraria fotos em movimento de seu cérebro.
A mãe iria acompanhar o exame na salinha ao lado, com o médico.
- Então, vamos lá. - diz o médico apertando o botão de "ligar" da máquina.
Um barulho de lasanha quando fica tempo demais no microondas é ouvido.
A mãe e o médico olham para o grande vidro em sua frente que os separam da sala de exame e se deparam com a barriga da criança aberta. E na máquina, pendurado, está o tênis. Preso pelas taxinhas de ferro que o envolvem por inteiro.
- Façamos um raio x, então! - propôs o médico que não conseguia acreditar.
Pimba! Sai no raio x um pequeno all star lá na barriga. Todos olham estupefatos. A criança arrota e todos saem da sala pelo mau cheiro.
- E agora, doutor? Como a gente faz? - pergunta a mãe com lágrimas nos olhos.
O doutor, pensativo, olha para o chão e depois para os olhos da mãe e diz:
- Vamos ter que abrir a barriga da criança.
- Mas ele só tem 4 anos!
- Receio não haver nada mais que possamos fazer, senhora. Não podemos esperar que ele defeque, pois o tênis é muito grande para... a senhora sabe. E todos esses arrotos são o organismo tentando expulsar o inquilino do corpo. Devemos operar senhora, nunca ouvi nada parecido antes.
A mãe estava arrasada. Não conseguia entender como aquilo acontecera, sempre fora uma mãe cuidadosa. Nunca deixou seu filho passar fome nem mastigar chicletes. Nunca deixou seu filho comer minhocas ou botar coisas do chão na boca. Nem nunca deu coca cola ou chocolate em demasia. E assim, sem mais nem menos, o garoto engolia um tênis?!
O médico, para agradar a mãe, resolveu fazer mais exames, mesmo que não necessário, para saber um pouco mais antes de operar.
As belas enfermeiras botaram a criança deitada na maca de ressonância magnética e a empurraram para a grande rosca, nos olhos da criança, que na verdade era um grande ímã que tiraria fotos em movimento de seu cérebro.
A mãe iria acompanhar o exame na salinha ao lado, com o médico.
- Então, vamos lá. - diz o médico apertando o botão de "ligar" da máquina.
Um barulho de lasanha quando fica tempo demais no microondas é ouvido.
A mãe e o médico olham para o grande vidro em sua frente que os separam da sala de exame e se deparam com a barriga da criança aberta. E na máquina, pendurado, está o tênis. Preso pelas taxinhas de ferro que o envolvem por inteiro.
quarta-feira, maio 13
é a hora, e agora, senhora?
não sei se consigo ser racional
'controlar o sentimento com minhas próprias mãos
frear as ondas do mar'
botar para dormir algo que já adormeceu
e despertou
dormir mais uma vez
não sei nem se quero ser racional
quer dizer, sei
não quero!
quero abraçar
e me jogar
nesse poço
que o fim já me aguarda
já estava traçado desde o momento que te conheci
me abraçar nesses braços de espinhos
e lá me empoleirar até cansar
ou simplesmente,
até morrer de hemorragia externa
com um sorriso triste nos quentes lábios
'controlar o sentimento com minhas próprias mãos
frear as ondas do mar'
botar para dormir algo que já adormeceu
e despertou
dormir mais uma vez
não sei nem se quero ser racional
quer dizer, sei
não quero!
quero abraçar
e me jogar
nesse poço
que o fim já me aguarda
já estava traçado desde o momento que te conheci
me abraçar nesses braços de espinhos
e lá me empoleirar até cansar
ou simplesmente,
até morrer de hemorragia externa
com um sorriso triste nos quentes lábios
nouvelle vague plus me
"dance with me little stranger
love can be like band aid
seduce me once again
the way I wanna love you could be against the law
won't you dance with me
in my world of fantasy?
and then, love will tear us apart
again"
did I tell you that I need you every single day of my life?
oh, but that's a fucking lie.
love can be like band aid
seduce me once again
the way I wanna love you could be against the law
won't you dance with me
in my world of fantasy?
and then, love will tear us apart
again"
did I tell you that I need you every single day of my life?
oh, but that's a fucking lie.
o abismo também contempla
lá estava ela
sentada no chão frio do banheiro
seus fios de cabelo por todos os lados
ouvia os gritos animados do lado de fora
ouvia incansáveis BEBEE
e chorava
chorava para ninguém
para si mesma
chorava livremente
de alegria e tristeza
não havia perto nenhum objeto cortante
chorava suas máguas
chorava por inteira
as marcas em seu braço já desapareciam
as em seu peito reapareciam
lembrava da falta da pergunta
- o que deu o resultado?
nada
lhe trataria de novo, assim?
teria que descobrir sozinha o novo?
seria novo?
e então
uma fina linha de sangue escorreu pelo ladrilho branco e se misturou aos fios de seus lisos cabelos castanhos
negativo, então.
sentada no chão frio do banheiro
seus fios de cabelo por todos os lados
ouvia os gritos animados do lado de fora
ouvia incansáveis BEBEE
e chorava
chorava para ninguém
para si mesma
chorava livremente
de alegria e tristeza
não havia perto nenhum objeto cortante
chorava suas máguas
chorava por inteira
as marcas em seu braço já desapareciam
as em seu peito reapareciam
lembrava da falta da pergunta
- o que deu o resultado?
nada
lhe trataria de novo, assim?
teria que descobrir sozinha o novo?
seria novo?
e então
uma fina linha de sangue escorreu pelo ladrilho branco e se misturou aos fios de seus lisos cabelos castanhos
negativo, então.
sexta-feira, maio 8
Uma declaração de amor a pedido de Stefan
"Se você está lendo significa que finalmente tive coragem de enviar, então bom pra min
Você não me conhece muito bem ainda, mas quando conhecer vai ver que tenho tendência de falar e falar sobre como se expressar é difícil pra min.
Mas isso, isso é a coisa mais difícil que já tive que escrever.
Não tem um jeito fácil de falar isso, então vou só falar:
Conheci alguém.
Foi acidental, eu não estava à procura,
Eu não estava à caça.
Foi um momento perfeito.
Ela disse uma coisa, eu disse outra.
Em seguida eu soube que queria passar o resto da vida no meio daquela conversa..
Agora tenho uma sensação estranha no peito.
Pode ser ela.
Ela é totalmente louca, de um jeito que me faz sorrir, altamente neurótica.
Ela é você, Camila.
Essa é a boa notícia.
A má é que não me sinto seguro o suficiente, e isso me assusta pra caralho.
Porque se eu não ficar com você agora, tenho essa sensação de que vamos nos perder por aí.
É um mundo grande, malvado, cheio de reviravoltas, e as pessoas tem esse jeito de piscar, e perder todo o momento.
O momento que poderia ter mudado tudo, à toa.
Eu não sei oque está acontecendo com agente, e não sei te dizer por que você devia arriscar um salto no escuro pra gostar de min, nunca me senti assim, acho que é bom.
Quero que você confie em min, não vou fazer nada que te faça sofrer, nem nada para te perder, afinal esse é meu medo, te perder.
Todo ciúmes, toda desconfiança, está em torno disso, meu medo.
Mas também sei que posso confiar em você, e por isso estou arriscando tudo.
Porra, quando estou com você me sinto feliz, alegre, quero rir, e te abraçar com toda minha força, que é muito grande.
Adoro seu cheiro, seu sorriso, ele é especial,
adoro tever sorrir."
por Stefan.
Você não me conhece muito bem ainda, mas quando conhecer vai ver que tenho tendência de falar e falar sobre como se expressar é difícil pra min.
Mas isso, isso é a coisa mais difícil que já tive que escrever.
Não tem um jeito fácil de falar isso, então vou só falar:
Conheci alguém.
Foi acidental, eu não estava à procura,
Eu não estava à caça.
Foi um momento perfeito.
Ela disse uma coisa, eu disse outra.
Em seguida eu soube que queria passar o resto da vida no meio daquela conversa..
Agora tenho uma sensação estranha no peito.
Pode ser ela.
Ela é totalmente louca, de um jeito que me faz sorrir, altamente neurótica.
Ela é você, Camila.
Essa é a boa notícia.
A má é que não me sinto seguro o suficiente, e isso me assusta pra caralho.
Porque se eu não ficar com você agora, tenho essa sensação de que vamos nos perder por aí.
É um mundo grande, malvado, cheio de reviravoltas, e as pessoas tem esse jeito de piscar, e perder todo o momento.
O momento que poderia ter mudado tudo, à toa.
Eu não sei oque está acontecendo com agente, e não sei te dizer por que você devia arriscar um salto no escuro pra gostar de min, nunca me senti assim, acho que é bom.
Quero que você confie em min, não vou fazer nada que te faça sofrer, nem nada para te perder, afinal esse é meu medo, te perder.
Todo ciúmes, toda desconfiança, está em torno disso, meu medo.
Mas também sei que posso confiar em você, e por isso estou arriscando tudo.
Porra, quando estou com você me sinto feliz, alegre, quero rir, e te abraçar com toda minha força, que é muito grande.
Adoro seu cheiro, seu sorriso, ele é especial,
adoro tever sorrir."
por Stefan.
sexta-feira, maio 1
eu não me arrependo de você
nao, nada irá nesse mundo
apagar o desenho que temos aqui
nem o maior dos seus erros
meus erros, remorsos, o farão sumir
vejo essas novas pessoas
que nós engendramos em nós
e de nós
nada, nem que a gente morra,
desmente o que agora
chega à minha voz
os filhos, filmes, livros, ditos como um vendaval
espalham-se além da ilusão do seu ser pessoal
mas ele dói e brilha único, indivíduo, maravilha sem igual
já tem coragem de saber que é imortal
tudo certo como dois e dois são cinco
quando você me ouvir chorar
tente, não cante, não conte comigo
falo, não calo, não falo, deixo sangrar
algumas lágrimas bastam para consolar
a lembrança do branco de uma página
nada serve de chão
onde caiam minhas lágrimas
juntando-se os cacos do meu ex-infinito-amor
forma-se um lindo vitral
tudo vai mal, tudo
tudo mudou, não me iludo e contudo
é a mesma porta sem trinco, o mesmo teto
meu amor
tudo em volta está deserto, tudo certo
tudo certo como dois e dois são cinco
apagar o desenho que temos aqui
nem o maior dos seus erros
meus erros, remorsos, o farão sumir
vejo essas novas pessoas
que nós engendramos em nós
e de nós
nada, nem que a gente morra,
desmente o que agora
chega à minha voz
os filhos, filmes, livros, ditos como um vendaval
espalham-se além da ilusão do seu ser pessoal
mas ele dói e brilha único, indivíduo, maravilha sem igual
já tem coragem de saber que é imortal
tudo certo como dois e dois são cinco
quando você me ouvir chorar
tente, não cante, não conte comigo
falo, não calo, não falo, deixo sangrar
algumas lágrimas bastam para consolar
a lembrança do branco de uma página
nada serve de chão
onde caiam minhas lágrimas
juntando-se os cacos do meu ex-infinito-amor
forma-se um lindo vitral
tudo vai mal, tudo
tudo mudou, não me iludo e contudo
é a mesma porta sem trinco, o mesmo teto
meu amor
tudo em volta está deserto, tudo certo
tudo certo como dois e dois são cinco
O Palhaço Pagliacci ou É Melhor Ser Alegre Que Ser Triste
um homem vai ao médico
diz que está deprimido
que a vida parece dura e cruel
conta que se sente só num mundo ameaçador
onde o que se anuncia é vago e incerto
o médico diz:
"o tratamento é simples
o grande palhaço Pagliacci está na cidade esta noite
vá ao show, isso deve animar você"
o homem se desfaz em lágrimas
e diz:
"mas, doutor...
eu sou o Pagliacci."
diz que está deprimido
que a vida parece dura e cruel
conta que se sente só num mundo ameaçador
onde o que se anuncia é vago e incerto
o médico diz:
"o tratamento é simples
o grande palhaço Pagliacci está na cidade esta noite
vá ao show, isso deve animar você"
o homem se desfaz em lágrimas
e diz:
"mas, doutor...
eu sou o Pagliacci."
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