" Deixe-me aspirar durante muito tempo, muito tempo, o odor de teus cabelos e mergulhar neles todo o meu rosto, como um homem com sede na água de uma fonte, e agitá-los com minha mão como um lenço perfumado para dispersar as lembranças no ar. Deixe meus dedos recortarem suas finas e melancólicas arquiteturas sob um céu imenso onde se espreguiça o eterno calor. No ardente ninho de tua cabeleira respiro o odor de tabaco misturado ao ópio e ao açúcar. Deixe-me morder, demoradamente, tuas mechas pesadas e negras. Quando mordisco teus cabelos elásticos e rebeldes parece-me que estou comendo lembranças."
As metáforas são perigosas.
Não se brinca com as metáforas.
O amor pode nascer de uma simples metáfora.