No metrô, voltando para casa, vejo um homem olhando em minha direção. Cabelos negros, oleosos, camisa laranja, jaqueta de couro azul escura, gravata listrada verde musgo e bege, calça social preta e sapatos de couro marrons. Saído de um filme.
Chega a minha estação, desço do trem e ao subir as escadas, vejo que estou pisando nas palavras de Graciliano Ramos, estou pisando em Fabiano e em sua família. E em sua comemoração de 70 anos.
A música do ônibus faz com que o filme que acabei de ver continue presente em minha mente. A duquesa era uma mulher muito forte. Lágrimas foram ensaiadas, mas as segurei. Tirem essa caneta de minha mão! Ela só trás lembranças das quais quero não mais lembrar.
Todos comportados a minha volta. É tudo tão organizado e harmonioso. Os pés do executivo ao meu lado conforme a música clássica dança em nossos ouvidos. O ônibus anda e eu olho para o banco na rua, no qual eu vi meu mendigo pianista anos atrás pela primeira vez, ainda não escrevi sobre ele, falhando com meus prazos. Nunca funcionei com eles, não há por que tentar segui-los.
A música não acabou e o meu ponto é o próximo. Droga, odeio interromper uma sinfonia. Todas devem ser ouvidas até seus devidos finais.
domingo, outubro 5
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