Na última vez que fui parar no hospital, você estava lá... Lembro que quando entrou no quarto escuro você sussurrou: "baby?". Eu, semi-acordada, disse "oi", e abri um sorriso. Você se sentou ao meu lado na cama e passou os braços por mim. Me deu as flores que misteriosamente havia comprado às 3 da manhã e um cartaz que eu implorava por há uma semana. Abriu a mochila sobre meu colo e de dentro dela tirou um disc man e disse para eu abrí-lo. Estava ali o novo cd de uma de nossas bandas prediletas, eu ainda não o tinha e precisava ouví-lo. Meu sorriso cresceu mais ainda quando me deu um beijo. Você, então, tentou levantar meu braço para deitar mais próximo e viu a agulha que permitia a entrada do soro. Seus olhos foram claramente de quem não entendia o que se passava. Eu sorri e disse para não se preocupar. Completamente dopada dos outros remédios para dor eu dormi em seu peito. Mais tarde fomos acordados pela enfermeira que entrava para mudar o soro. Você não podia mais ficar ali, ordens do hospital, "apenas um acompanhante". Olhamos para minha mãe, que roncava na poltrona. Eu disse que no dia seguinte te ligaria.
Se eu não tivesse te ligado estaria eu sofrendo menos agora?
Seria eu mais feliz?
Não, não teria vivido. Não seria quem sou.
(Saudade de te fazer gozar apenas olhando para mim enquanto escovava meus dentes).
domingo, março 1
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4 comentários:
Belas saudades
senti-me torturado pela mesma dúvida. talvez pela impressão de que foi real.
tem um nome isso: ejaculação precoce
heuhauhe, não não.. porque você não sabe o que aconteceu antes.
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