domingo, agosto 22

depois do vinho, balas de menta

como sempre bem acompanhada, exclama:
- o que veremos, princesa?
a blusa manga três quartos e as meias roxas de lã. passa os dedos com esmalte descascando pelos títulos coloridos. chantal, então.

ouvindo birds, da emiliana ou crazy love, do buddy guy

de quando em vez
só você
desperta minha mão entre
seu cabelo e pescoço
tão pequena
me empresta sua pinta

segunda-feira, agosto 16

cinema tocado

resolvi seguir os passos do
velhinho Pedro, Mèliés e
seus dois acentos sempre me
pareceram interessantes visualmente

sendo amigos simplesmente
nesse ambiente de luz azulada
em paredes roxas
os dentes brancos dançam
entre alegre e triste
estar sozinha é pura liberdade
(será que alguma liberdade deve ser compartilhada?)
última das despedidas entrando no táxi:
- volto para as eleições.
completamente só, então
mesmo os uivos da noite
não me envolvem
a solidão é o meu lençol

sábado, agosto 7

são troncos empilhados
só posso subir e subir
estão apodrecendo
me agarro na lua
em alguma rachadura
que cabia exatamente
os cinco dedos
abro a lua entro
aqui, talvez
não me notem