quarta-feira, agosto 27

Elogio das Lágrimas.

Ao ouvir tudo o que ouvi deles, meus melhores amigos, ali, preocupados comigo, senti o mesmo de quando ouvi algo relativamente parecido, meses antes, mas da boca de outra pessoa. Senti como se estivesse perdendo a coisa mais importante da minha vida. Senti o medo da solidão. Uma solidão que eu achava que já havia visitado. Mas não tinha nem idéia. E que sem eles, eu a experimentaria.
Quando veio da boca da outra pessoa, eu levei em conta, mudei (achava eu) e ficou tudo bem. Mas no fundo, a outra pessoa também precisava mudar. E sem a mudança mútua, nada mudou.
Vindo da boca das pessoas que mais me apoiavam, tanto antes e principalmente agora, levei um susto maior. Já que nem a outra pessoa eu tinha mais. Só me restava a eles. Como não pude perceber o que fazia com eles e comigo mesma? Senti como acabando um relacionamento. Um, de poucos meses, mas que já era muito importante. E outro, de 14 anos. Chorar? Chorei.

“Ao chorar, quero impressionar alguém, pressioná-lo (‘veja o que você faz de mim’). Talvez seja – e geralmente é – o outro que se quer obrigar desse modo e assumir abertamente sua comiseração ou sua insensibilidade; mas talvez seja também eu mesmo: me faço chorar para me provar que minha dor não é uma ilusão: as lágrimas são signos e não expressões. Através das minhas lágrimas, conto uma história, produzo um mito da dor, e a partir de então me acomodo: posso viver com ela, porque, ao chorar, me ofereço um interlocutor empático, que recolhe a mais ‘verdadeira’ das mensagens, a do meu corpo e não a da minha língua: que são as palavras? Uma lágrima diz muito mais. “
“...” Roland Barthes/Schubert.

segunda-feira, agosto 25

Velhos Barbudos Vermelhos.

Acho que no fundo, é isso que ela quer. Quer ser infeliz, quer ser paparicada, quer atenção, quer ser a coitada que precisa de ajuda para andar. E se isso a faz feliz, por que não dá-la? O negócio é que isso não a faz feliz. Ou faz? Será que alguém é realmente feliz sendo infeliz? É possível esse modo de felicidade?
Será que ela realmente sente essas dores? Será que ela realmente não consegue andar? Acredito que sim, mas que isso tudo está na cabeça dela. Ao ver a possibilidade de um bicho estranho pousar em sua cabeça, num pulo sai correndo para outro cômodo.
Ela fala sobre a morte dos familiares como algo muito próximo dela. Prefere ficar em casa, e sonhar com a própria.
Mas o que espero de alguém que já desistiu?

Afinal, ela acredita que a Alice (do País das Maravilhas) seja comunista.

sábado, agosto 23

Roteiro Rotineiro.

No cinema, gosto de sentar atrás. Sempre gostei. Acho que quando era pequena, gostava porque a visão de lá era melhor, além de apostar corrida com minhas amigas na escada. Porém, a razão agora tornou-se muito mais poética.
Gosto, primeiramente, de ver cada um, olhando as poltronas e escolhendo seus lugares. Pensando no motivo de tal pessoa preferir tal lugar. Costumo fazer isso quando estou só, prefiro ir ao cinema só, prefiro dançar ao lado de Fred Astaire na minha imaginação. Após cada um pegar seu lugar, me posiciono (relaxo) na poltrona, apoio meus pés na da frente e me transformo no filme. Gosto de sentir exatamente a mesma sensação que a personagem sente.
E ao final da sessão, deixo cada pessoa levantar, olhar em volta, ir embora. Gosto de ver seus olhos, e suas mãos. Seus gestos, a direção que cada lágrima ou cada sorriso ou cada raiva gira em torno de seu corpo. Gosto de ver a verdade. Aos sair do cinema, ninguém está mentindo. Eles são reais e sinceros, acima de qualquer coisa.
Ah... Quem dera a vida ser um filme, e nós, os protagonistas.

domingo, agosto 17

Cores, Cores e Cores.

Apaguei meu vigésimo cigarro. A noite parecia bem mais longa do que realmente era.
Olhava a mesa tentando me distrair com o resto de café entrando pelos espaços da madeira. O dálmata estava quieto apoiando a cabeça pintada sobre suas patas. Encontrava-se em frente à porta. Parecia que esperava alguém.
Olhei para cima e me deparei com o lustre verde que balançava de acordo com o vento. Ora eu via os retratos na parede, ora não. Ora via minha mão procurando um cigarro no bolso, ora não.
Fazia três dias que decidira parar de fumar. Mas agora já não fazia muita diferença, então me deixei tomar pelo desespero da nicotina e da sensualidade trazida pelo cigarro a uma mulher. Não me sentia poderosa naquele momento. Na verdade não sentia nada.
Levantei-me, a esta altura já desistira do cigarro. Fui ao encontro de um retrato na parede com minha caneca roxa na mão. O retrato era meu, lembrava bem daquele dia. Eu, com 17 anos, andava pelo quintal na casa de meu namorado da época, o chão estava cheio defolhas, era outono. Estava sentada em uma cadeira olhando para meu pé, pois algo havia entrado nele. Uma farpa se me lembro bem.
A foto estava limpa, nem um pouco amarelada pelo tempo, com suas respectivas cores. Branco, preto, branco, preto. Sempre foram minhas cores prediletas. Mas agora, depois de tudo, acho que o roxo está presente, mais que a junção de todas as cores e a ausência delas. Minha caneca era roxa. Mas ainda assim havia o café preto dentro dela. E o cigarro branco apagado sobre a mesa, num cinzeiro verde. Era melhor então eu me decidir pelo verde, simplesmente mais fácil. Fazia um tempo que eu optava pelas coisas mais fáceis, mesmo decidindo parar de fumar. A facilidade das coisas deixava minha vida mais simples e fácil de lidar.
Fiquei a observar por uns minutos a foto, a caneca roxa pedia para ser posta de lado. Além de fumar bastante, naquele dia eu já havia tomado também muito café. Podia sentir a cafeína agindo em meu organismo. Dizem que café ajuda a pessoa a viver mais. Não sabia se devia acreditar nisso naquele momento. Estava tão confusa. Confusa, mas conformada, o que me deixava confortada.
Voltei a me sentar, agora em outra cadeira, em frente à antiga. Era uma nova visão. Uma nova maneira de ver as coisas. Talvez eu estivesse exagerando, mas gostava de pensar alto, é bom para o ego.
Encontrava-me no silêncio, no silêncio absoluto. Nenhum barulho, nem o das corujas lá fora, nem do Zeca, sim, o dálmata, nem de música.
Como morava no meio do nada, o chamado Fim do Mundo, sempre havia música. Podia ser o quanto alta eu quisesse. Não havia vizinhos. Amigos sim, mas não vizinhos. Talvez pelo fato de nenhuma pessoa se aconchegar sabendo que mora no Fim do Mundo. Não sei quem deu esse nome, mas não me importava agora e nem tão pouco quando comprei o terreno. Que mal há em morar no Fim do Mundo? É aqui onde são criados os mais belos girassóis que se pode encontrar. Eles são altos e é capaz de crianças se perderem por dentre eles.
À noite, os girassóis amarelos ficam azuis pela luz da lua. Poderia ser chamado de ritual o que eu fazia todas as noites.
Então, levantei da cadeira, já cansada de me sustentar com tantos pensamentos e lembranças, e fui até a porta. Parei em frente, olhei para baixo e pensei por um momento. Levantei a cabeça, respirei fundo e fui para a janela à esquerda da porta. A abri pelo pino já enferrujando. Senti o vendo entrando pelo cômodo fugindo do frio que a noite provocava. Estava ventando muito, meus olhos castanhos escuro encheram-se de lágrimas, mas elas não continuaram seu percurso, simplesmente secando. Afinal, eu não estava triste, ou estava?
Não era um azul bebê, nem marinho, era um azul mais... Como se diz?...Um azul mais confortável. Como o azul de um céu ao anoitecer em pleno verão. Sentia saudades desse azul. Sentia saudades do verão. Mesmo os girassóis ficando um amarelo enjoado. Amarelo era uma cor que eu não simpatizava, estranho plantar então, justamente girassóis. Eles me deixavam alegre, e o amarelo mesmo que eu não gostava, era o enjoado do verão.Minha testa implorava para que eu voltasse o rosto para dentro com o fogo e a franja a aquecendo. Fechei a janela. Passei pela mesa, peguei a caneca roxa e me dirigi a pia. Lavei-a com um sorriso no rosto, então era isso. Não tinha como negar.
Fui até a porta, respirei fundo. Abri a porta. O céu já estava rosado, o horizonte, roxo. Os girassóis já não eram mais o mesmo azul. Comecei a andar, e andar e andar, amarelo aparecia a minha volta, muito amarelo. Zeca, preto e branco, estava atrás de mim, sempre me seguia pelo campo florido, gostava do pólen dos girassóis. Eles o faziam espirrar, sensação que ele gostava de obter.
Cheguei até o fim do campo. Dei um passo e toda a imensidão de amarelo havia sumido. Fui até a árvore com suas folhas verdes de grama e olhei para a escritura no tronco."Jaz aqui Zeca, a junção de todas as cores e amores e a ausência de cores e temores, 17/09/1918."

sexta-feira, agosto 15

Nação Fast Relationships.

Hoje em dia é assim, o casal sai quatro vezes, começam a namorar. Em um mês, consideram-se almas gêmeas um do outro. No segundo mês, já se ouve ‘eu não vivo sem você, amor’ e no terceiro mês o namoro termina. Por que as pessoas apressam o chamado Amor? De onde vem essa nação fast relationships?
‘Eu te amo’. Pra mim nunca foi fácil de dizer, e não costumava ouvir por todo lado tal frase, só em filmes. Agora, eu olho os Orkuts alheios e penso: JÁ TÁ AMANDO?
Amor:
Viva afeição que nos impele para o objeto dos nossos desejos; inclinação da alma e do coração; objeto da nossa afeição; paixão; afeto; inclinação exclusiva.
Pra começo de conversa, quando você ama alguém, quando realmente ama alguém, você se entrega completamente. Você pensa na possibilidade de passar o resto de sua vida ao lado dela e somente com ela (inclinação exclusiva). Isso, porque você não se interessa por ninguém mais. Não é não sentir atração, claro que não. Atração pelo próximo é perfeitamente humano. Mas caso tenha a possibilidade de passar somente da atração, você não vai além, porque na hora pensa: pra quê, se eu amo a pessoa que está comigo?
A questão é: virou normal a traição. Não é que ela não acontecesse na era das cavernas. Ta, péssimo exemplo, naquele tempo a ética não era ainda formada. E o que podia ou não fazer em relações amorosas não era estipulado por ninguém. Mas agora é, e toda essa sedução virou mais do que explícito. É como se as pessoas estivessem tomando hormônio para cavalo e saíssem por aí com o intuito de se reproduzir. Mas estou me distanciando do assunto.
O que não consigo realmente entender é como alguém pode amar o outro em apenas um mês, e cogitar a possibilidade de passar o resto da vida ao lado dela, cogitando ainda a outra possibilidade de tal pessoa ser sua alma gêmea. Espera, espera, espera. Primeiro: aquele friozinho na barriga, a vontade de estar ao lado da pessoa, o frio na espinha... ISSO NÃO É AMOR! É só atração pela pessoa. E o fato de você se sentir atraído por ela, não o obriga a dizer: você é minha alma gêmea. Sim, vocês podem ter muito em comum. Mas em um mês garanto que não se conhecem. Você pode passar 10 anos ao lado de alguém, e ainda assim não o conhecer.
Depois de passar anos analisando esse comportamento entre casais, percebi que nem eles se importam se realmente se amam ou não. Contanto que digam no Orkut que estão casados, e que pelos depoimentos tenham milhares de ‘eu te amo’ com corações coloridos, tudo estará bem. As pessoas em volta saberão que eles têm um relacionamento e acreditarão (ou não) em seu longo futuro, que na maioria das vezes não ocorre. Afinal, vocês não sabem nem a quantidade de pintas que o outro tem.
No final, tudo é uma questão de ego. O próprio e principalmente o dos outros.

terça-feira, agosto 12

fragmento de uma lembrança.

Fiquei na ponta do pé para lhe dar um beijo. Ele virou o rosto. Voltei a minha altura normal, olhei para ele. Meus olhos se encheram de lágrimas.
Virei o corpo e comecei a andar, já estava sem esperança. Comecei a chorar. Senti sua mão em meu braço e sua voz me dizendo que esperasse, virei e afundei o rosto em seu colo num choro desesperado.
- Por que você está chorando?
- Porque te amo e não quero te perder.
- Você não vai me perder.
E me deu um beijo.
Subimos novamente ao meu apartamento. Ele jogou a mochila na cama e sentei ao seu lado.
Silêncio.
Passava a mão na fivela da mochila de couro como uma rotina. Então ele disse:
- Que tal mudar o que já se tem?


e a gente mudou, mas não durou.

sábado, agosto 9

Insônia.

Não queiram ter. As minhas são baseadas em lembranças. Fico deitada durante horas me re virando presa em pensamentos destrutivos.
Vai ver ler Fight Club não esteja me fazendo bem. Vai ver tenho medo de um Tyler Durden preso em mim. E que ao dormir, ele se liberte e mude a vida dos outros e inclusive a minha. Copy of a copy of a copy.
O agora é real? Estou dormindo? Sou eu mesma?
Sim, sou real. Isso aqui, o agora, é real.
I know this because Tyler knows this.
As pessoas preferem aceitar que são reais. É mais fácil.
E se tudo for um sonho?
Everything is a copy of a copy of a copy.

sexta-feira, agosto 8

Origami.

Lembro-me de você
Naquela mesa do japonês
Bebíamos saquê
Tentando entender o cantonês
Do homem atrás do balcão

Entre um sushi e outro
Percebi que realmente o amava
Que o amor era um clichê
E que o que eu queria era você

O amor era convicto
Sem barreiras
- irei a qualquer lugar com você

Conseguiu me levar pra lua
E quase para São Paulo

Como te não amaria eu?

Porém você se foi
E não aceitei
Perdoaria mais a sua vaidade
Se ela não tivesse ofendido a minha

Sem arrependimento
Acabei caindo nessa contradição
Sem treinamento
Fui em busca da perfeição

Dobra aqui, dobra ali
Agora só preciso pôr na prateleira
E lá deixa cair poeira

quarta-feira, agosto 6

Beethoven e Condicionador.

Estou fazendo natação. É, é, é, estou aprendendo a nadar. Não que já não o soubesse. Devido a uma coluna perfeitamente torta, estou caindo. E eu, ser que já não tenho peitos, perderei os topinhos das montanhas que me restam. Ah não, prefiro sofrer duas horas por semana e fazer a droga do esporte.
Nunca gostei, realmente. Era das últimas a ser escolhida na educação física e matava aula dizendo que estava menstruada. A verdade é que meus pais não têm os melhores físicos e as vidas mais saudáveis, e isso, claro, me influenciou.
Primeira aula, primeira vez de muito tempo. Velhinhas bondosas me recebem, dizendo: hoje ela vai pegar pesado, é aniversário dela. Olhei para a professora, e simpática, devolvi o sorriso. A voz dela é meio irritante, mas a intimidade a gente pega com o tempo.
Começo a fazer o que ela manda, e para minha bela surpresa, enquanto dava a quinta braçada, ouço a nona de Beethoven. Foi das minhas últimas melhores sensações. De acordo com as instruções, na quinta braçada eu deveria ir até o fundo e pôr minha mão no chão, o eco do si si dó ré ré dó si lá sol sol lá si lá sol sol ecoava por toda a piscina, demorei um pouco mais no fundo dessa vez. Ao nadar costas, assistia o sorriso do gato diretamente para mim, e ao voltar para o começo, acompanhava o Cristo Redentor e sua iluminação. É eu estava gostando daquilo, mais do que eu imaginava.
Sim, eu me cansava fácil. Afinal, eu sou uma sedentária nata, e nunca me importei com isso. Mas não queria fazer uma operação de risco aos trinta, nem ter dor aos quarenta. Meus dias serão mais cheios e cansativos. Tudo tem seu lado ruim, afinal.
Voltando para casa, saindo com uma estranha sensação de calor interno, quis parar para tomar um açaí, resisti. Depois quis alugar um filme, resisti. Foi quando passando da locadora, sinto um cheiro. Um cheiro que conhecia, e não era o de cloro que me envolvia.
Ao olhar para a pessoa da frente, vejo. O cabelo preto, preso num rabo de cavalo, simplesmente pingava transbordando condicionador Seda. Sério, quando digo ‘pingava transbordando’, quero dizer que tinha UM MAR de condicionador. POR QUÊ? POR QUÊ? ALGUÉM ME DIZ POR QUÊ? Mia fia, vou te dizer um negócio, se Deus/Alá/seu pai/a puta que te pariu te deu um cabelo ruim (não necessariamente crespo), aceita! Essa é você! Não adianta passar 3 litros de Seda Verão Intenso, sendo que nem verão é. Sério, parece que o verão é tão intenso, que ta fazendo 60° C e que seus fios vão cair se você não passar o creme.
Seu filho deve ter vergonha de andar com uma coisa ambulante cheirando a condicionador de verão vagabundo.

Agora deixa eu ir, que Beethoven está a minha espera.

domingo, agosto 3

Inacabado.

Inacabado
Nem percebi,
Mas deixei meus pés pra fora da cortina
Bem na hora que tentava me esconder de você
E desses seus olhos que me cobrem de incertezas
Como uma felina, dei um pulo e procurei outra cor

Não achei uma tão rápido, não tão específica
Mas deu pro gasto
Desse fato, desse nosso relato
Que virou torto e demorado
Já não entendia, nem queria
Parecia fantasia

Achei que tinha falado, mas parece que não
Que foi sem chão essa vontade, essa irmandade
De rir de tanto chorar
E de chorar de tanto rir
Precisava cantar, mas rouquejava

Ainda não gostava, nem gostaria da amargura
Algo sem armadura, sem certeza
Sem dor nem amor
Sem alguém que entendesse meu coração ambíguo,
Que agora precisava de mais do que um amigo.

sábado, agosto 2

Tem Mas Acabou.

Não gosto de encontros pré datados. Marcados, formados. Eles devem acontecer sem querer. E o que viria implícito neles também.
Sabe?
Sei.

Chá de Cogumelos e Cinema.

Juro que não estou alterada!
Acabei de ver o menininho da foto se arrastando. Como se estivesse andando. Enquanto leio o título do post e pisco os olhos, vejo o menino andando. E esse chão bizarro que lembra Almodóvar fica em 3D.
Será que o Kubrick tomava chá de cogumelos ao lado do Almodóvar?

Fragmento em Segundos.

Não!
Já estou eu ligando de novo o ‘foda-se’. Pensando: pra quê cuidar da minha saúde? Pra quê controlar a bebida? Pra quê parar de fazer o que eu tenho vontade de fazer?
Quer saber? Vou é virar vegetariana...