sexta-feira, agosto 14

suas unhas vermelhas arranhavam a saia de veludo preto

Ele desce do taxi. A porta se fecha gentilmente.
Ela suspira.
O motorista olha pelo retrovisor e a vê sorridente no banco de trás. Seu nome.
- Sofia.
Ele gostava desse nome.
- Everaldo.
- Nunca conheci ninguém com esse nome.
A praia passava pela janela. Abaixou um pouco o vidro para sentir a maresia.
- Ele gosta de você.
Chuviscava.
- Por que você diz isso?
- Ah... dá para perceber. Pelo olhar.
O olhar.
- Você ganha bem sendo taxista?
- Trabalhando para uma companhia vale a pena, sim. É um bom investimento.
Ela forçava um sorriso. Gostaria de estar já em casa se despindo ao som de seu Chopin. Pensava nele, também. Que, talvez, ele já tivesse a alma saturada de poesia.
- Alguma coisa acontece no seu coração?
Ela encarou o retrovisor.
- Sempre.

7 comentários:

Anônimo disse...

assim; eu não quero.

João Medeiros disse...

a tua mais completa tradução

.luísa pollo disse...

Exatamente João, exatamente.
Não SÓ por você ter acertado de quem, mas acertou a parte que deixei de fora que está de dentro.

João Medeiros disse...

eu sei

maria alice vergueiro disse...

sofia vai ser o nome da minhha filha!

.luísa pollo disse...

ah não vai ser não, dona lili!
esse nome já é meu!

Lucas disse...

Achava que tinha entendido. Mas lendo o seu comentário, acho que não entendi. Acho.