quarta-feira, fevereiro 4

in the elevator

Eram quatro da manhã e ela estava entediada. Sua meia calça de girafas se encontrava rasgada, brincava com o rasgo. A tevê passava algo educativo a qual ela não se interessava. As garrafas a sua volta estavam todas vazias. Os papéis de alumínio jogados a um canto. Seus loiros cabelos encontravam-se bagunçados e oleosos, jogados em seu rosto.
Ela bate a porta do quarto e segue o corredor amarelo com carpete vermelho. Aperta o botão e aguarda o elevador. Entra. Ele sobe, suspira. Queria um cigarro.
O elevador se abre no décimo andar, e ali se encontra um garoto. Olhava para baixo, distraído. Sobe o olhar e se depara com ela, belamente arrasada. Ela esboça um sorriso, e os olhos azuis se fixam nela.
Silêncio.
- Ainda não te vi por aqui.
Ela o olha. Dá de ombros.
- Está hospedada há muito tempo?
- Talvez. - Ela morde os lábios.
- Sua meia está rasgada. Como aconteceu?
- Por que quer saber?
- Não precisa me contar, se não quiser.
Ela não fala nada. Suspira.
- Não lembro.
Ele levanta as sobrancelhas.
O elevador pára no quinto andar. Entra uma enorme mulher vestida toda de dourado e começa a puxar assunto em uma língua que nenhum dos dois reconhece. A estrangeira não pára de falar e ele apenas acena a cabeça. Nem isso ela faz, simplesmente a ignora. Será que seria tão difícil conseguir um cigarro?
A mulher diz algo que parece ser uma despedida e desce no segundo andar.
O garoto dos olhos azuis balança a cabeça e tira a franja de seu liso e escuro cabelo da frente de seus olhos.
Ele a olha.
Ela o olha.
Os dois encaram o chão.
Ela o olha.
Ele a olha.
O botão de emergência é apertado e os dois começam a se beijar. Ela segura com as duas mãos em seu pescoço e o acaricia. Ele desce com sua mão pelas costas magras. O abraço fica mais apertado. O botão do jeans da calça dele machuca o ventre dela. Ela, delicadamente, tira uma das mãos do pescoço dele e desabotoa o botão. Ele estremece. Ela levanta sua blusa verde e a tira com facilidade e rapidez. Ele faz o mesmo com sua blusa roxa. Os cordões dela causam uma certa dificuldade, mas ficam bem entre seu sutiã de bolinhas rosas e azuis. Ele a empurra contra a parede forrada por um papel de parede vermelho e levanta sua saia rodada amarela, ela se segura nele com suas pernas e abaixa o zíper. Ele a ajuda com a meia calça de girafas e em pouco tempo já está dentro dela. A devorando literalmente. Ela morde sua orelha enquanto respira profundamente em seus ouvidos. Ele segura com força suas finas pernas e se movimenta para cima e para baixo, algumas vezes mais rápido, outras mais lento. A respiração dos dois fica mais rápida e densa, a rapidez do movimento se acelera, a mão dela escorrega pelo corpo suado do outro, os dois se grudam por alguns segundos, sem movimento algum, simplesmente paralizados, sem respirarem. E então respiram, um profundo respiro. Se soltam calmamente e começam a se vestir, ainda respirando com dificuldade.
O botão de emergência é apertado novamente. O elevador se move.
Pára no térreo, os dois saem.

2 comentários:

João Medeiros disse...

meet me in the elevator - xD

Felipe Drummond disse...

sensacional a idéia do elevador parando para tudo acontecer.
gostei, parabéns!