Eram quatro da manhã e ela estava entediada. Sua meia calça de girafas se encontrava rasgada, brincava com o rasgo. A tevê passava algo educativo a qual ela não se interessava. As garrafas a sua volta estavam todas vazias. Os papéis de alumínio jogados a um canto. Seus loiros cabelos encontravam-se bagunçados e oleosos, jogados em seu rosto.
    Ela bate a porta do quarto e segue o corredor amarelo com carpete vermelho. Aperta o botão e aguarda o elevador. Entra. Ele sobe, suspira. Queria um cigarro.
    O elevador se abre no décimo andar, e ali se encontra um garoto. Olhava para baixo, distraído. Sobe o olhar e se depara com ela, belamente arrasada. Ela esboça um sorriso, e os olhos azuis se fixam nela.
    Silêncio.
    - Ainda não te vi por aqui.
    Ela o olha. Dá de ombros.
    - Está hospedada há muito tempo?
    - Talvez. - Ela morde os lábios.
    - Sua meia está rasgada. Como aconteceu?
    - Por que quer saber?
    - Não precisa me contar, se não quiser.
    Ela não fala nada. Suspira.
    - Não lembro.
    Ele levanta as sobrancelhas.
    O elevador pára no quinto andar. Entra uma enorme mulher vestida toda de dourado e começa a puxar assunto em uma língua que nenhum dos dois reconhece. A estrangeira não pára de falar e ele apenas acena a cabeça. Nem isso ela faz, simplesmente a ignora. Será que seria tão difícil conseguir um cigarro?
    A mulher diz algo que parece ser uma despedida e desce no segundo andar.
    O garoto dos olhos azuis balança a cabeça e tira a franja de seu liso e escuro cabelo da frente de seus olhos.
    Ele a olha.
    Ela o olha.
    Os dois encaram o chão.
    Ela o olha.
    Ele a olha.
    O botão de emergência é apertado e os dois começam a se beijar. Ela segura com as duas mãos em seu pescoço e o acaricia. Ele desce com sua mão pelas costas magras. O abraço fica mais apertado. O botão do jeans da calça dele machuca o ventre dela. Ela, delicadamente, tira uma das mãos do pescoço dele e desabotoa o botão. Ele estremece. Ela levanta sua blusa verde e a tira com facilidade e rapidez. Ele faz o mesmo com sua blusa roxa. Os cordões dela causam uma certa dificuldade, mas ficam bem entre seu sutiã de bolinhas rosas e azuis. Ele a empurra contra a parede forrada por um papel de parede vermelho e levanta sua saia rodada amarela, ela se segura nele com suas pernas e abaixa o zíper. Ele a ajuda com a meia calça de girafas e em pouco tempo já está dentro dela. A devorando literalmente. Ela morde sua orelha enquanto respira profundamente em seus ouvidos. Ele segura com força suas finas pernas e se movimenta para cima e para baixo, algumas vezes mais rápido, outras mais lento. A respiração dos dois fica mais rápida e densa, a rapidez do movimento se acelera, a mão dela escorrega pelo corpo suado do outro, os dois se grudam por alguns segundos, sem movimento algum, simplesmente paralizados, sem respirarem. E então respiram, um profundo respiro. Se soltam calmamente e começam a se vestir, ainda respirando com dificuldade.
    O botão de emergência é apertado novamente. O elevador se move.
    Pára no térreo, os dois saem.
quarta-feira, fevereiro 4
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2 comentários:
meet me in the elevator - xD
sensacional a idéia do elevador parando para tudo acontecer.
gostei, parabéns!
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