sábado, maio 16

A Incrível História do Menino que Engoliu Um Tênis

A criança comeu o tênis. A família não conseguia acreditar. A criança continuava arrotando chulé e a família não conseguia acreditar. Levaram a criança ao médico e ele não conseguia acreditar.
- Façamos um raio x, então! - propôs o médico que não conseguia acreditar.
Pimba! Sai no raio x um pequeno all star lá na barriga. Todos olham estupefatos. A criança arrota e todos saem da sala pelo mau cheiro.
- E agora, doutor? Como a gente faz? - pergunta a mãe com lágrimas nos olhos.
O doutor, pensativo, olha para o chão e depois para os olhos da mãe e diz:
- Vamos ter que abrir a barriga da criança.
- Mas ele só tem 4 anos!
- Receio não haver nada mais que possamos fazer, senhora. Não podemos esperar que ele defeque, pois o tênis é muito grande para... a senhora sabe. E todos esses arrotos são o organismo tentando expulsar o inquilino do corpo. Devemos operar senhora, nunca ouvi nada parecido antes.
A mãe estava arrasada. Não conseguia entender como aquilo acontecera, sempre fora uma mãe cuidadosa. Nunca deixou seu filho passar fome nem mastigar chicletes. Nunca deixou seu filho comer minhocas ou botar coisas do chão na boca. Nem nunca deu coca cola ou chocolate em demasia. E assim, sem mais nem menos, o garoto engolia um tênis?!
O médico, para agradar a mãe, resolveu fazer mais exames, mesmo que não necessário, para saber um pouco mais antes de operar.
As belas enfermeiras botaram a criança deitada na maca de ressonância magnética e a empurraram para a grande rosca, nos olhos da criança, que na verdade era um grande ímã que tiraria fotos em movimento de seu cérebro.
A mãe iria acompanhar o exame na salinha ao lado, com o médico.
- Então, vamos lá. - diz o médico apertando o botão de "ligar" da máquina.
Um barulho de lasanha quando fica tempo demais no microondas é ouvido.
A mãe e o médico olham para o grande vidro em sua frente que os separam da sala de exame e se deparam com a barriga da criança aberta. E na máquina, pendurado, está o tênis. Preso pelas taxinhas de ferro que o envolvem por inteiro.

6 comentários:

maria alice vergueiro disse...

isso me lembra um episodio de house!! mas eles conseguem desligar a máquina antes que algo similar ao seu final aconteça

.luísa pollo disse...

era um prisioneiro que tinha muitas tatuagens de tinta de má qualidade, por terem sido feitas na prisão apresentavam muito chumbo, aí o ímã puxou as tatuagens, mas ele só sentiu muita dor, não abriu barrigas nem nada.

SKawase disse...

hahaha
high five!

Sandra Freitas disse...

Lu, o conto é fantástico, no sentido literário mesmo. Engolir coisas é rotina para crianças...acho que Freud explica esta parada de "prazer oral" e a preocupação das mães é enorme, e nada à toa, com este impulso pela procura de prazer de seu filhote. Você misturou um ato normal em algo surreal e o desenrolar da história nos deixa estupefatos a cada linha, até que o horror do final nos deixa meio sem saber se o que acabamos de ler pode ter acontecido ou não...Bem, pelo menos eu me senti assim. A-D-O-R-E-I!!!!!!!!!!

João Medeiros disse...

e a moral no fim de tudo não é a sua - o q eu pessoalmente considero fascinante

Breno Calazans disse...

Genial, Luisa :D
Nunca teria pensando numa estoria dessas.