terça-feira, dezembro 2

Conversando com Selton Mello.

Foi mais ou menos assim:
- A Erva do Rato. Só isso que tenho a dizer.
E aquele homem barbudo incrivelmente fofo me olhou com extrema surpresa. Sim, fofo é exatamente o que ele é.
- Você gostou, então... - me perguntou.
- Saí do cinema extasiada! Você e a Alessandra (Negrini) estão maravilhosos. É impossível negar a semelhança do filme com Blow Up (Depois Daquele Beijo). A relação do seu personagem com a câmera fotográfica e com a nudez da Alessandra... Não como algo sensual, acaba sendo, mas como arte. Pura arte. E a transformação dela em rato após uma "relação sexual" é uma sacada enorme, já que ela se transforma exatamente em o que o seu personagem mais odiava e ia em busca da morte, o verdadeiro rato. E com a morte dela, você continua a amando. Um amor que foi além do sexo e da própria vida. Você desiste de matar o rato quando "vê" que ela está se transformando em um, mesmo você não sabendo realmente e o odiando. Não entendi que ninguém gostou do filme, pelo menos os que eu conversei com.
- Nossa, que bom que gostou. Esse é um dos desconhecidos, ningúém nunca me aborda na rua falando sobre esse filme.
- Ah, você quer ouvir mais uma vez sobre a Compadecida ou Feliz Natal? Não, né?
E com um sorriso esbanjado na cara, nos despedimos.

Seria algo assim se realmente houvesse acontecido.

2 comentários:

João Medeiros disse...

Pouco provável que acontecesse assim, caso acontecesse; o que é pouco provável.

Sr. Despedaça Corações disse...

E quantos anos você tem mesmo?